Malouh Gualberto

Uma Paisagista do Século XXI

Vida

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Biografia de Maria de Lourdes Gualberto (Malouh Gualberto)

 

 

“Bem legal, lendo a biografia dela(Malouh) se compreende de onde sairam tantas belezas. Gostei.
Abraço,

 João Bittar

Fotojornalista (in memorian)

 

 

Nasceu em São Paulo em 1952. Filha de pintora paisagista, Lourdes Rezende de Oliveira, egressa da Escola Superior de Belas Artes, RJ. Toma contato com diversos pintores e desenhistas paisagistas, tais como Antônio Parreiras (obras colecionadas por seu avô, Sebastião Gualberto). Malouh aprendeu a ter a Natureza como Musa.

Aos 16 anos começou a ter experiências com a arte pop, estudando com Gilberto Salvador (artista plástico) e Maurício Nogueira Lima (arquiteto e um dos artistas fundadores do Movimento de Arte Concreta em São Paulo.

Conheceu então a obra de Burle Marx, conviveu com Wega Nery ( artista modernista) e Geraldo Ferraz (jornalista), Vera Ilse e Claudio Tozzi (artistas contemporâneos), que muito lhe mostraram da arte no Brasil

É incentivada em seu relacionamento com o artista plástico Odilon Cavalcanti, seu marido até hoje, a criar seus primeiros trabalhos em arte. Escolhe o lúdico como expressão e cria objetos que estimulam à cor. Trabalha com sua mãe em seu primeiro quadro exposto e vendido, sob o título “Paisagem Interna da Mulher- Mãe”-mostrando em pintura a formação de um feto.

Com Odilon divide seu primeiro espaço de arte e projeta novos objetos lúdicos. Conhece o estúdio do fotógrafo Miro

Aos 18 anos começou a se interessar mais e mais pela fotografia e cinema, através do conhecimento trabalho do fotografo Miro e família. Deixa seus estudos no Brasil .

Vai para a Suíça, onde mora e se dedica aos estudos da fotografia e da documentação jornalística . Numa viagem de pesquisa de arte e estudos com seu tio e padrinho Luiz Horácio Lacerda, Consul do Brasil em Genebra, é levada a conhecer diversos museus da Itália. Alguns a impressionaram: Museu Castello Sforzesco (Milão), a Galleria degli Uffizi (Florença). Encanta-se com as paisagens representadas nos quadros renascentistas. Pintores como: Piero de la Francesca, Michelangelo, Botticcelli, se tornam seus ídolos inspiradores.

Conhece Joan Routman, curadora, colecionadora e assessora de artes de diversos ateliers e galerias, que promove uma viagem de estudos por Veneza.

Conhece Peggy Guggenheim, em seu palácio, pleno de obras de Max Ernst, Jean e Hans Arp e isso a encanta sobremaneira. Faz uma viagem Ainda na companhia de Joan Routman viaja à Alsácia, para conhecer o Museu Jeronimus Bosch, e à Alemanha, onde visita a Documenta de Kassel. Dedica-se aos estudos de História da Arte na Liceu de Artes e Oficios de Genebra-Suiça.

Ingressa como estagiária de fotografia no jornal Tribune de Genève. Não satisfeita com o resultado de seu aprendizado, passa para o setor de documentação do jornal, onde se encaminha rapidamente para a seleção de fotos e documentação de arte Conhece a estudante de Belas Artes Linda Watel, e elas se tornam amigas inseparáveis, devido a seus interesses comuns. Linda a leva a Paris duas vezes e lá pesquisam os pintores paisagistas de todas as épocas tais como Odilon Redon, entre outros. Vai ao Louvre e ao Museu de Versailles e percorre o bairro de Montmartre, entre outros locais icônicos da arte na França.

Em 1973, de volta ao Brasil, estagia no Jornal Artes Dois Pontos.
Acompanha o processo de criação de algumas fotos do fotógrafo Miro e com seu marido Odilon Cavalcanti, então diretor de arte em propaganda, faz desse acompanhamento um hábito. Acompanha sempre que possível sessões fotográficas publicitárias . Tem a oportunidade de aprender com grandes mestres brasileiros como, Ella Durst, Rômulo Fialdini, Tadeu Lubambo, Celso Oliveira, Fabio Praça, Meca, enfim os fotógrafos mais respeitados na época em diferentes estados do Brasil.

Dedica-se também à criação em publicidade e a fotografar esporadicamente, mas sempre acompanhando de longe os avanços da técnica fotográfica.

Em 1981 realiza um projeto social em Fortaleza, Ceará, com o fotógrafo Celso Oliveira. O enfoque era o aprendizado do olhar fotográfico em campo. Esse fotógrafo tinha seu método de ensino da fotografia através do corpo, usando a máquina como extensão do mesmo e enfocando sobretudo o olhar. Obteve excelentes resultados junto aos participantes do projeto.

Na mesma época é premiada com Celso de Oliveira, como criadora e produtora da foto da capa do guia telefônico da Teleceará.

Em 1991 participa como produtora do projeto de Pernambuco Estética da Resistência, com curadoria de Alberto Beutenmuller, jornalista e crítico de arte, do qual Odilon Cavalcanti foi um dos artistas convidados. O curador estabeleceu no projeto um paralelo entre os artistas holandeses da missão de Maurício de Nassau e pernambucanos contemporâneos convidados. Em sua curadoria o foco são paisagens e especialmente a luz diferenciada das diversas regiões. Fica maravilhada com as obras Frans Post relativas ao paisagismo.

Em 1993/94 acompanha seu marido a uma viagem de estudos e residência artística (Projeto Hors-là) e faz diversas pesquisas em museus na França, Bélgica (Bruxelas ) e Holanda( Amsterdam e Haia na – Casa de Mauricio de Nassau),enfocando pintores renascentistas alemães, holandeses franceses e belgas.

No novo milênio toma contato através de seu amigo Prof. Carlos Eugênio Marcondes de Moura com as obras dos “Artistas Viajantes” e recomeça aí a pesquisa sobre artistas holandeses, alemães e franceses atuantes no Brasil colonial.

Participa em 1999 do projeto social ASA, voltado para crianças e adolescentes, com foco em arte. Começa a fazer registros fotográficos de forma cotidiana em torno do trabalho executado pelos participantes do projeto.

O projeto participou com destaque da 25a Bienal de São Paulo. Toma seu primeiro contato com a foto digital começa a fazer registros fotográficos de forma cotidiana. Tem suas primeiras fotos publicadas em livros e revistas sobre esse projeto.

Em 2004 fotografa já profissionalmente, dedicando-se às paisagens e é convidada a participar de uma expedição que vai a Gurupá levantar e registrar traços culturais desta cidade fundada no século XVI, que já foi capital do Pará e hoje é esquecida pelo poder público.
Tem seus trabalhos publicados na revista da empresa Cobra Tecnologia, na qual mostra, além de fotos da expedição social, paisagens da Amazônia.

Seu trabalho e estudos das matas e suas paisagens ganham peso e em sua volta a São Paulo dedica-se exclusivamente à paisagem da Mata Atlântica, no Alto da Serra da Cantareira, onde habita há mais de duas décadas.

Pesquisa também paisagistas como Margaret Mee e Frans Krajberg, paralelamente aos biomas com que se depara. Sua busca desde então é em torno de imagens únicas encontradas em cada região.

Malouh procura a luz, a forma e a cor presentes em cada floresta como uma obra única e que a fotografia pode perenizar.

Estuda a luz do diretor de Tv Jaime Monjardim, que aplica em muitos dos seus trabalhos .

Depois de dois anos de pesquisa contínua, Malouh foi convidada pelo Espaço Cultural Itaoca, em São Paulo, a fazer uma exposição, que chamou a atenção do Parque Estadual da Cantareira por parte de seu responsável cultural e fez com que ela fosse levada em todas as suas unidades.

A partir daí Malouh, com dedicação exclusiva às matas, cria o projeto Trilhas do Olhar e outros projetos descritos no seu currículo de exposições.

Malouh já teve mais de 500.000 visitantes diretos ou virtuais em suas exposições. Suas fotos vêm sendo compartilhadas em quase todos os paises.

contextos que se intensificam na busca do que surpreende e fascina quanto abordagem fotográfica: a natureza agradece.

Júlio Cézar Leite

artista visual

 

Este texto foi elaborado pelo sociólogo Carlos Eugênio Marcondes de Moura, a quem agradecemos de todo coração.

 

 

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